APRONTAÇÃO BLOCO
Presidente: Manelim (Manuel Cunha) / Vice-Presidente: Totonho (Antonio Augusto)
1º Tesoureiro: Serjão
do Brand e Joaozinho (popó)
Ala de compositores:
Lorin (magno aurelio), Beto. Assiszão, Pierre Baiano, Abraão Lincoln, Lulu.
Integrantes: 400 Bateria:
60 Enredos: Personagem conhecidos da Cidade de Teresina – PI - Baixa da Égua –
Centro Norte
Desfile: Avenida Frei
Serafim 1978 – 1979 -1980
Bloco criado em 1977 com
dissidentes do GRES SAMBÃO.
PIERRE BAIANO deu o nome
APRONTAÇÃO... para o bloco
1978 - O 1º enredo sobre o compositor e
pescador JOÃO DA CRUZ – “RAU RAU”
Este nome “RAU RAU”
vem por causa de uma cachorrinha que sempre o seguia na coroa ou nos bares da
cidade. Um excelente pescador, pois conhecias todas as águas do rio Parnaíba,
onde tinham nos seus remansos: mandis, surubis, bico de pato e outros peixes
nativo do rio. Sozinho à noite ele ficava pescando e tinha uma habilidade
impressionante com 6 linhas de mãos alojadas nos lados da sua pequena canoa a
remo. Na frente 2, no meio mais 2 linhas e no banco do canoeiro mais 2 duas
linhas de mãos. Andava freneticamente do fundo à frente da canoa recolhendo os
peixes fisgados com toda rapidez para evitar o ataque das piranhas. Jogava os
peixes no fundo da canoa já com água para não morrerem e depois de reabastecer
os anzóis de minhocas, que ia coloca-los num velho côfo (viveiro) amarrado perto do seu acento para depois, mais
tarde, coloca-los em enfieiras tiradas das
palhas de carnaúba, para a venda no mercado São José (central) ou fregueses interessados.
Grande pandeirista
e um compositor nato. Muitas estórias de noitadas com o JOÃO DA CRUZ estão sendo lembradas para depois
serão escritas para o conhecimento de todos. Ainda hoje cantamos em nossas
rodas de sambas lembrando com saudades, as suas belas canções... ARMAZÉM PARAÍBA
(1º lugar do festival promovido pelo Sr. João Claudino sobre música que cantassem
a Loja), BAIANA TERESA, QUERIA TER DINHEIRO, QUANDO EU MORRER, CARNAVAL VAI
CHEGAR, e a marchinha... DEIXA CHOVER e outras belas melodias que estamos catalogando.
1979 - O 2º enredo sobre BIBELÔ E MANELÃO.
O BIBELÔ era uma figura que morava na zona norte e era
muito querido por sua simplicidade e alegria. Tinha como característica um
turbante, tipo árabe, e possuía também cordões e enfeites de bijuterias no
pescoço e nos pulsos... passava o dia pela cidade e não fazia mal a ninguém...
por ser esta natureza dispersa e quase transloucada, sempre tinham famílias que
o protegiam e o alimentavam. Também constam
nos anedotários da cidade, que atendia garotos mais novos em usas iniciações.
‘Vestia-se com as roupas que ganhava dos amigos. Quando chegava
o carnaval, Bibelô conseguia um vestido velho de alguém e se esbaldava na
Avenida Frei Serafim fantasiado de mulher, com maquiagem fora dos padrões, pois
não tinha senso de ridículo e queria tão somente, mostrar seu lado feminino. Por Vilson
Santos Jornalista’
O MANELÃO... já é um personagem mais conhecido na cidade de
uma forma geral. Sempre com um jacá nas costas e fazendo GLU, GLU. GLU (peru) ou
dizendo uma intrigante palavra “SANBARANEGRA”. A ele é dado inúmeras qualidades e defeitos,
entre eles: ser amigo do alheio. Era impressionado por filmes, e sempre no
teatro 4 de setembro, que também era cinema, ele conseguia assistir aos filmes
de maneira sorrateira e às escondidas. Toda seção lá estava o MANELÃO... dizem que numa certa ocasião, umas
fitas foram roubadas e realmente o MANELÃO as pegou e enterrou num terreno baldio
onde ele morava. Depois de dias de buscas, foi descoberta a ação e resgatadas e
depois devolvidas à casa de espetáculo. Por querer ser o personagem: ”ARANHA NEGRA” das telas do cinema, pulava
do alto da ponte metálica (Luís Ferreira) nas água o Rio Parnaíba e realizava o seu sonho
real de imitar o ”ARANHA NEGRA” ou “TARZAN “ .
A princípio, as autoridades o achavam um ladrão, por isso a
polícia o tratavam como tal. Depois, com o passar do tempo, foi percebido que ele
era perturbado mentalmente e por isso, não mais o prendiam ou batiam. O fato mais inusitado e impressionante deste
personagem, é que ele roubava a noite os perus da cidade e de manhã devolvia...
pelo um prato de comida. Por isso os versos cantam... ROUBAVA, MAS NÃO ERA
LADRÃO!
1980 - O 3º enredo sobre BERNADO CRUZ E NICINHA– ETERNA
RAINHA DO CARNAVAL.
O BERNADO CRUZ foi
um dos maiores carnavalescos individuais de Teresina. As estórias das noites da
cidade contam que “ANTONIO DA ODILA E MILAIDE (zona norte)” seriam os primeiros
travestis, mas para o carnaval o que se tem notícias pela essência de suas
aparições nos corsos, em plena luz do dia foi ele. Em pleno carnaval de rua, ao
meio as escolas de samba que seguiam para se apresentarem no coreto na praça Rio
Branco, sem dúvida nenhuma, foi o BERNARDO CRUZ! Era alfaiate e morava na rua da Glória (rua
lizandro nogueira) nos idos anos 60. Um grande profissional e adorava fazer
medições de tamanho de calças nos meninos que iam para serem confeccionadas as
calças para colégios e bailes. Depois se mudou para a Palmeirinha, hoje bar do
chicão e ali se tornou um dos mais importantes e lembrados carnavalescos da
escola Unidos da Palmeirinha. Os seus
trajes e fantasias nos desfiles daquela agremiação ainda hoje se tem
fotografias e filamagens. Pessoa bondosa e amiga sempre sorridente o que lhe
deu inúmeros amigos e simpatizantes por todo tempo que viveu nas ruas e nos carnavais
de Teresina.
A NICINHA– ETERNA RAINHA DO
CARNAVAL, sem dúvida era a mais feliz da avenida, tal qual o
BERNARDO CRUZ, era uma foliã solitária e cheia de alegria. Sozinha dançando pra
mostrar a sua arte e prazer pelo carnaval, ela encantava ao povo presente na
avenida Frei Serafim (ainda) de forma contagiante, mostrando todo o seu amor
pelo carnaval de rua de Teresina. Seus trajes e vestimentas sempre
caracterizada pelos moldes de roupas finas vindas das cortes ricas eram cheias
de cores e brilho. Ostentava sobre os seus cabelos bem penteados, uma brilhante
coroa, decididamente coroada por ela. Entre os colares e pulseiras, os acessórios
de desfile que marcava, era o seu estandarte do BLOCO que só tinha de uma foliã,
ela só. Aproveitava todos os blocos e todas as escolas de samba que desfilavam e
incansavelmente, seguia-os ao som de suas baterias, músicas e suas melodias,
como se fosse uma de suas participantes. Não gostava de bloco de sujo, pois seu
traje era ‘a rigor’ e não se permitia misturar-se com caras pintadas, de
máscaras, roupas de estopas e com cabelos cheios de maisena.
Em fotos, imagens e entrevistas mostram a desenvoltura desta grande
baluarte do carnaval, um dos motivos que levou o APRONTAÇÃO a convidá-la e
homenageá-la naquele ano de 1979. Como era de se esperar, a NICINHA foi a única homenageada que não compareceu
ao desfile. Não nos abalamos com ausência, aliás como se tratava da ETERNA
RAINHA DO CARNAVAL, e provavelmente deveria ter outros afazeres importantes na
hora do desfile do BLOCO APRONTAÇÃO, seguimos em frente e fizemos a homenagem sem
ela. Temos gratidão e saudades pelo que ela fez pelo CARNAVAL.