Há 43 anos os violeiros se apresentam em Teresina e mostram ao público o talento do improviso e da viola. “O festival surgiu em 1972, quando a cultura do repente agonizava no Brasil e havia desaparecido no restante do mundo. Foi então que afirmamos o compromisso de resgatar a literatura de cordel e criamos o Encontro de Violeiros”, conta o coordenador do festival e presidente da Associação dos Violeiros, Pedro Mendes Ribeiro.
Em pouco tempo de existência, o Encontro de Violeiros despertou o interesse de muita gente e foi responsável pelo resgate da arte. “Em menos de três anos, um grupo de pesquisadores norte-americanos filmou o festival em Teresina e a partir daí o repente adentrou todas as universidades. Hoje, pesquisadores de todo o mundo vêm até nós para buscar a origem e informações sobre a arte de improvisar. Podemos dizer que a cultura foi totalmente resgatada”, pontuou Ribeiro.
Para a dupla de violeiros Manoel Torres e Chico Alves, o incentivo à cultura do repente é necessária. Eles se apresentam juntos há 15 anos e sempre participam do Encontro de Violeiros. “Nos deparamos com tantas variedades de arte e sempre ficamos felizes ao ver que o repente ainda tem adeptos e desperta curiosidade. Sem dúvidas o festival é um dos grandes responsáveis pela divulgação e incentivo dessa cultura”, apontam Manoel e Chico.
No meio dos violeiros que se apresentaram no 43º Festival, a presença feminina de Maria Ferreira chamou a atenção. Ela participa do evento há 35 anos. “Eu comecei a tocar bem cedo, com o incentivo de um tio e não parei mais. São poucas as mulheres violeiras, mas o festival está sempre de portas abertas para nós, assim como para os iniciantes e os grandes repentistas. A arte da viola e da improvisação é apaixonante e só vou parar de fazer isso quando deixar de respirar”, afirmou a violeira.